Variante Ômicron é como aquele parente que se convida para passar o fim de semana na sua casa



Carnaval fora de época, gripe fora de época, campanha política fora de época.

O que mais falta para coroar a falta de bom senso e responsabilidade?

Não venham dizer que a vontade de ser feliz explica tudo porque não é verdade. Foram tempos duríssimos desde o ano passado.

As pessoas foram obrigadas a usar máscaras de proteção e se isolar à espera de uma vacina descoberta em tempo recorde, mas não o suficiente para evitar mais de cinco milhões de mortes no mundo.

Então, o que aprendemos com a pandemia?

Aprendemos, por exemplo, que pessoas podem ser dotadas de pensamento lógico, já a vida não tem lógica nenhuma.

Morre-se por consequência de uma ação ou moorre-se de graça; esperando que aconteça ou inesperadamente.

Uma pedra atirada ao acaso do alto de um prédio pode mudar a história de uma família antes de chegar ao chão.

Criar leis que criminalizem nossas pequenas e grandes irresponsabilidades têm o condão de prevenir tragédias.

Quem contribuiu para a tragédia da boate Kiss, que matou centenas de jovens, não queria que elas morressem, mas desde ontem começaram a cumprir pesadas penas.

Deveria ter sido assim também com Brumadinho e outras tantas. Não foi.

Cabe a cada um de nós, portanto, reduzir danos individuais ou coletivos, tão certo como as consequências vêm sempre depois e indústrias não funcionam sem manutenção.

O que muita gente chamaria de redução de danos, aqui chamaremos de bom senso.

Todos os anos pessoas morrem de gripe e acidentes de trânsito; cânceres e ataques do coração. A lista é infindável e não tem como fugir dela.

A pandemia de um vírus velho conhecido que se modifica com o espalhamento em escala global é um sinal – melhor, é um letreiro luminoso – sugerindo para que as pessoas se protejam.

E protejam as outras tomando vacina, usando máscara, evitando aglomerações, trabalhando a distância quando possível, lavando as mãos com mais frequência.

Precisa desenhar?

A variante Ômicron do coronavírus é como aquele parente folgado que só aparece na hora do almoço ou se convida para passar o fim de semana na sua casa. Mesmo que o dano da presença dele na sua vida ainda seja incerto, vai causar prejuízo. “O que agora sabemos sobre a Omicron é que está se espalhando a uma taxa fenomenal, algo que nunca vimos antes. Está dobrando a cada dois ou três dias as infecções”, disse esta semana o secretário de Saúde do Reino Unido, Sajid Javic, à Sky News da Inglaterra, onde certo comunista chamado Boris Johnson, que vem a ser o primeiro-ministro do país, já prometeu fechar tudo, contrariando até aliados.

"Tratoraço” não parou
Segundo o Estadão, primeiro jornal brasileiro a denunciar o escândalo do orçamento secreto, desde que o STF liberou a execução do orçamento secreto, travado pela ministra Rosa Weber, o governo já empenhou até esta terça-feira, nada menos do que R$ 1,38 bilhão. E, ao contrário do que alegou o comando do Congresso ao Supremo, saúde e educação estão “longe de ser prioridade”.
Diz o jornal que os ministérios responsáveis por essas áreas receberam apenas 4,6% dos recursos que foram reservados pelo Executivo. A maior parte das verbas (77%) foi para ações orçamentárias ligadas à pavimentação de ruas e à compra de maquinário pesado, como tratores.

Um democrata
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, é realmente um primo do democrata. Sempre buscando harmonizar as condutas públicas do presidente da República, ele agora oferece o corpo e a mente ao sacrifício para manter Bolsonaro calmo e pacífico. “Eu, particularmente, que sou o responsável por manter o presidente informado, tenho que tomar dois lexotan na veia por dia para não levá-lo a tomar uma atitude mais drástica em relação ao STF”, disse o ministro esta semana, segundo informa o portal Metrópoles. A pergunta é: o Lexotan não está indo para a pessoa errada?

Respeito e medo
Há uma tênue separação entre medo e respeito. Vale dizer, a atitude respeitosa pode decorrer de um respeito e apreço genuínos ou não passar de pura bajulação de quem tem medo de ser prejudicado por uma força superior. Ou, ainda, de quem teme perder a boquinha que traz muitas vantagens. Essa é exatamente a razão do sucesso da boa relação entre o presidente Bolsonaro e seus principais subordinados, sejam eles ministros ou secretários. Explica também porque eles –os subordinados – se esforçam tanto para agradar o chefe, mesmo sem que ele peça o agrado. Isso tem dois nomes: respeito e medo.

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