Bolsonaro em Natal: “Não tem espaço para ladrão neste país”



Em discurso durante comício realizado nesta quarta-feira 14 em Natal, o presidente da República Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, voltou a afirmar que não existe corrupção em seu governo, comparou os seus ministros com os do ex-presidente Lula (PT), atacou o PT, criticou a política do “fique em casa” durante a pandemia da covid-19, culpou a guerra da Rússia com a Ucrânia no aumento no preço dos combustíveis no Brasil, teceu duras críticas à ideologia de gênero nas escolas, defendeu a criação do auxílio emergencial e destacou que o desemprego e inflação estão caindo no país.

De acordo com Bolsonaro, as gestões dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, endividaram em mais de R$ 900 bilhões a Petrobras, “esse montante daria para se fazer 60 vezes a transposição do Rio São Francisco. Alguns falam que eu falo palavrão, mas eu não sou ladrão. O Brasil não merece um homem que faz pouco tempo que saiu da cadeia e quer voltar à cena do crime. Não tem mais espaço para ladrão em nosso país. Estou a 3 anos e meio na Presidência da República, três anos e meio sem corrupção. Não temos mais aquelas mensagens semanais na televisão de um duto jorrando dinheiro público para os bolsos de bandidos em nosso Brasil. Digo a vocês que ser honesto não é virtude é uma obrigação de qualquer cidadão”, disse. Em outro momento, em referência a Lula, disse que “não tem mais espaço para ladrão neste país”.

Ainda durante o seu discurso, o presidente se posicionou contra a “ideologia de gênero” nas escolas, “dizer ao PT que eu não admito a minha filha de 11 anos de idade ir ao banheiro da escola e encontrar um moleque de 15 anos ocupando o mesmo ambiente. Nós também não queremos liberar as drogas no Brasil. Quem quer isso não sabe o sofrimento de uma mãe tendo um filho nesse mundo. Nós queremos uma família unida, onde essa família eduque seus filhos e na escola ele vai atrás do aprendizado. Já perdemos muito na educação ao longo de 14 anos do PT, já estamos recuperando a nossa educação. Esse país é fantástico. Tem tudo para ocupar o lugar de destaque que merece no mundo”.

Ao criticar novamente medidas de isolamento social tomadas por governadores e prefeitos durante a pandemia de coronavírus, o presidente afirmou que “não obrigou ninguém a ficar em casa”.
“Vivemos momentos difíceis no Brasil com a política do fecha tudo, com a política do lockdown, obrigando vocês ficarem em casa. Eu não obriguei ninguém a ficar em casa. Nesses dias difíceis, aqueles que viviam na informalidade, aqueles que tinham um trabalho humilde e ganhavam a sua vida no dia-a-dia, foram jogados numa situação que estavam passando necessidades, mas o nosso governo criou em 2020 o Auxílio Emergencial. Olhe só, em 2020 gastamos com auxílio emergencial o equivalente a 15 anos de Bolsa Família”.

Bolsonaro explicou que a motivação para os sucessivos aumentos dos preços dos combustíveis, foi em decorrência da Rússia com a Ucrânia.

“Por causa de uma guerra lá fora, os combustíveis dispararam de preço no mundo todo. Fomos para dentro da Câmara e do Senado Federal conversar como resolver esse problema e como baixar o preço dos combustíveis. Conseguimos. Mas lá no Senado todos os senadores do PT votaram contra a redução da gasolina. Eles preferem que o povo sofra para dizer que eles são os salvadores da pátria. Perderam na Câmara, perderam no Senado e agora vão perder na política aqui no Rio Grande do Norte”.

Discretamente, Bolsonaro pediu voto, ainda, para o candidato ao Governo Fábio Dantas (Solidariedade).

O chefe do Executivo dedicou parte de seu discurso a ações voltadas para as mulheres. “Nós temos um carinho todo especial para com a mulher brasileira. Desses 400 mil títulos, 80% deles foram destinados às mulheres. As mulheres estão em primeiro lugar em qualquer planejamento de governo. Somente no Auxílio Brasil, das 20 milhões de famílias que recebem, 80% estão em nome das mulheres”, falou.

Bolsonaro comete série de ilegalidades e dá péssimo exemplo na motociata em Natal

Ao desembarcar pela 7ª vez no RN, o presidente Jair Bolsonaro deixou a Base Aérea em um carro e logo em seguida subiu em uma moto para participar de motociata. Acompanhado na garupa pelo candidato ao Senado Federal pelo Rio Grande do Norte, e ex-ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL), os dois não usavam capacete.

Com essa atitude, o presidente cometeu gravíssimas infrações de trânsito que, para o cidadão comum, resultariam em multa, pontos na CNH e suspensão direta do direito de dirigir. As transgressões ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB) ocorreram durante motociata que passou por algumas das principais avenidas da Capital, começando pela BR-101, seguindo pela Avenida Senador Salgado Filho e depois indo em direção à praça Gentil Ferreira, no bairro do Alecrim, onde apoiadores o aguardavam.

Uma das ilegalidades apontadas foram as placas das motos de sua escolta encobertas por adesivos de campanha e outras que parecem ter recebido um adesivo azul com características “oficiais”. A atitude é considerada uma infração média no Código de Trânsito Brasileito e passível de multa.

O que chama a atenção é o uso de motos com placas descaracterizadas por policiais, o que poderia caracterizar crime de prevaricação. Bolsonaro em sua passagem por Natal, além de tumultuar o trânsito cometeu infrações de trânsito dando péssimo exemplo.

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